Então, setembro chegou e é aniversário de uma grande amiga. Aí...
Prezada Dilma ( a xará): Neste dia, quero te dizer: ♪“Não temos mais o tempo que passou...Mas temos o nosso próprio tempo...” ♪* e deixar um abraço meu e da Isis. Em tua Homenagem, reescrevi um poema:
Para Ângela, Bebel, Cristina,Dilma, Fátima...
(e outros brotos dos anos 70)
Éramos 1+2+3+ ... + quantas éramos?
Éramos mocinhas, morenas, pequenas, amigas...
Éramos moças marcadas pelo destino com um estigma:
Paralelas e convergentes ao ritual branco,
Para o fruto ingrato e consumido,
Para o trabalho forçado pela necessidade,
em nossa árdua juventude...
em nossa árdua juventude...
E, no ponto final, aceitar a marca,
para se proibir e pra ser só mulher
e a felicidade?!...
Umas casaram,tiveram filhos mas não foram felizes,
outras não casaram e tiveram filhos e muitas cicatrizes...
Teve uma que não casou não teve filhos mas teve muita gente pra cuidar,
teve mais uma outra que não casou, mas teve 1 filha
e tinha mania de escrevinhar...
E teve outras tantas com tantas marcas,
com tantas vidas, com tantas filhos e filhas,
com tanta luta pra se enfrentar...
Éramos 1+2+3...+ quantas éramos?
O mesmo tanto de sonho, o mesmo tanto de luta,
o mesmo tanto de céu para se alcançar!
Paralelas e convergentes
para a festa de estar viva,
para a colheita bendita,
para o cuidado e para a lida...
E no ponto final, recusar a marca
e não se proibir de ser mulher,
de ser feliz e de se cuidar!!!
Izabel Cristina Dutra - produção original: RJ, 1979.
* Referência a "Tempo Perdido", de Renato Russo.