segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Revisitando a poesia...

Neste dia da Criança, eu revisito as emoções que me levaram a escrever:

Conto do último curumim

 Ao longo da história,ao longo da estrada,
numa taba  já  vazia e já senil,
são séculos, são sonhos depois...
que descobriram essa terra tão gentil...
 que nos impediram de dizer não!...
 e,  no meio da selva seca, 
vive uns restos de nação!
Sob um céu de grafite, que antes era cor de anil,
 pula o tecnofunk, dança o eletroforró
ainda que seja só,
 toma coca-cola e, diz:  ies ai du!... 
e joga até o beisebol com belzebu
 e,  nos sinais, também joga os malabares, 
só  para ganhar uns dólares,
 e, janta o cheeseburguer,
na carrocinha da aldeia,
  se embriaga,com a turma do barril, 
e injeta alegria na veia...
Mas morre de fome, de tifo e de dengue,
 e, com a barriga cheia do que nunca viu,
  um  certo  menino índio 
de um certo brasil.




A aula de hoje

Eles&elas vieram outra vez
de brinco  ou  de brinquedo...
de bermudas  de qualquer  cor jeans...
querendo repartir o segredo
Eles&elas  vêm sempre... 

Eles&elas nos olham sempre,
  com aquele jeito de indagar...
de assuntar...

Eles&;elas sabem que fingimos...
que não sabemos o que responder,
nem o que achar e/ou  que esconder!

            Eles e&;elas vêm sempre  
e virão outra vez,
neste e no próximo mês...
mais querendo carinho 
do que um  conceito A,
mais querendo  algo novinho 
do que velho  beabá!...

Então... Aê... 
Podemos fazer a chamada
e mentir  qualquer história 
do  era uma vez e/ou do Brasil...
Ou levá-los(as)... 
Laah  pra  fora...
e  viajar  com eles&elas
neste céu cor de anil,
pro planeta-novidade
onde  dona mentira já perdeu de 
1000 X 0,
pra heróis de verdade, 
que lecionam a Liberdade
para esta  gente varonil...



Vida longa para Juan&Aylan 
( um morto na Baixada e, o outro na Turquia)
Juan&Aylan: não vos trago lágrimas...
 vos  trago clamores...
se naquele dia, mais alguém clamasse, 
não terias  levado o tiro,
 e nem  terias tomado o navio, 
que vos separou de nós!
Juan&Aylan: não vos  trago flores....
 vos  trago amizade...
 se naquele dia, mais alguém vos dedicasse ,
 não terias levado o tiro,
e nem  terias tomado o navio, 
que vos  separou de nós! 
Juan&Aylan: não vos  trago faixas...
vos  trago respeito... 
se naquele dia,  mais alguém te respeitasse,
não terias levado o tiro 
e nem terias tomado o navio,
que vos  separou de nós! 
O que  vos  trago, Juan&Aylan... 
é muito mais do que saudades...
é pela vossa longevidade 
em cada criança que se salve 
e, que sobreviva nessas cidades!!

Izabel Cristina Dutra - produção original  entre 1996 e 2012, reescrito em JF, 12/10/ 2015.