sábado, 30 de julho de 2011

Homenagens 16 (ICD)


Aí naquele dia, eu estava em frente a um largo, na Tijuca e ouvi o rumor de gente falando que João tinha morrido, misturado com uma canção de Lennon, que um jovem ouvia no toca-fitas do rádio. Aí reescrevi: 



A John and... João!
Tais morto, John?
 De morte matada? Tem mais de anos?
  Esquenta não, John!
 João também tá!... John!
 Tem mais de horas!! 
Tais morto,John?De bala certeira?
 Preocupa não, John!
 João também tá!...John!
 de bala perdida!!
 Tais morto, John? João também tá!
 Tu em N.York e, ele no Borel?
 Liga não, John!
 Há muitos modos de vida e morte,
 entre a terra e o céu!
 Tais morto, John? João também tá!
 Tem mais de anos ou mais de horas, John?
  Mas fique certo, John!
 Horas, dias, anos passarão...
 Mas tuas canções e os gritos dele não !!!

Izabel Cristina Dutra - Produção original: 1983.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Homenagens 15 (ICD)

 Aí eu estava lendo as manchetes na Internet, aí tava lá: “Juan foi morto por 'eles' e sem confronto"! Uma indignação tomou conta de mim e reescrevi um poema de 1982:
Vida longa para Juan 
( o menino morto na Baixada)

Juan, não te trago lágrimas...
 te trago clamores...
se naquele dia, mais alguém clamasse, 
não terias levado o tiro que te separou de nós! 
Juan,  não te trago flores....
 te trago respeito...
 se naquele dia, mais alguém te respeitasse,
 não terias levado o tiro que te separou de nós! 
Juan, não te trago faixas...
te trago a amizade... 
se naquele dia,  mais alguém te dedicasse,
não terias levado o tiro que te separou de nós! 
O que te trago, Juan... 
é muito mais do que saudades...
é pela tua longevidade 
em cada criança que se salve 
e que sobreviva nessas cidades!!

Izabel Cristina Dutra, reescrito em 20/07/2011.

terça-feira, 19 de julho de 2011

sinais da guerra e da Paz 12 (ICD)

Aí era o pôr do sol e a primeira estrela despontou... Eu ouvia uma canção de Marvin Gaye e me lembrei de um programa de fim de tarde numa rádio do Rio e do seu DJ... Aí eu sentei e reescrevi um poema meu, dos anos 70...
Pra que invadirmos as estrelas?!

"Hello crazy people!"”*¹
 Até as estrelas querem dormir em paz!!! 
 Por que não caminharmos um pouco mais?... 
Sob o sol da manhã e manhosamente  nos aquecermos 
e no tempo e no espaço,nos esquecermos? 
Por favor, gente!O brilho de holofotes a laser
 não bastam o bastante para viver!
 É preciso o brilho brilhandinho dos vagalumes 
e é preciso a diamantina luz de uma gota de orvalho! 
Pra que invadirmos as estrelas? 
Para que perdemos estas manhas de sol
 e este poente quarto crescente, no arrebol?

 "Hello crazy people!"*¹
Quando a noite vier de brilhos,toda cravejada.... 
Por que não  perdermos o medo 
e deitarmos na relva da praça
 e contá-las, com graça
 pra  ganharmos verrugas
 na ponta do dedo? 

"Hello crazy people!"”*¹
♪ Deixa as estrelinhas brilhar bem sossegadas!♪

Izabel Cristina Dutra - reescrito em 19/07/ 2011.
*¹  Esta frase é de autoria do DJ Big Boy, da Rádio Mundial, do Rio de Janeiro, nos anos 60 e 70.

domingo, 17 de julho de 2011

Homenagens 14(ICD)

Aí... eu estava vendo tevê.... E vi e ouvi... Era 16 de julho e já ia fazer mais um ano que a árvore sobreviveu e seus amores não, naquele acidente de avião! Então eu a vi de novo e outra vez ouvi, porque estavam ainda chorando e estavam lutando. E aí... assim escrevi:
Ao que sobrevive
Aí... estavas lá...
marco do que restou,
naquele céu e naquele chão!
Teus braços fortes e verdes
 alegam a força de tuas raízes
e alcançam meu coração! 
Aí...  permanecestes lá...
 testemunha silenciosa do fim,
naquele feérico fim de  dia,
em que perderam seus amores... 
e só restou você 
e essa lenta agonia,
e esses  farrapos e essas dores 
que dói neles, em ti e em mim 
Aí... ainda estás lá... 
que tua seiva possa refrescar 
esses doloridos corações...
e tuas flores possam estar 
plenas das divinas consolações!
Aí... ainda ficarás lá...
para sempre...
e se tiveres espinhos,
que seja para incomodar 
e seja para reclamar 
pelos que ficaram sozinhos,
mas ainda querem lembrar,
ainda querem lutar
para que ninguém mais 
assim pereça... 
e a impunidade dos ímpios 
não prevaleça!

Izabel Cristina Dutra - JF/ Julho de 2011.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Poemas de Amor e desamor 5 (ICD)

Aí... nós estávamos conversando sobre uma estranha troca de uma jovem recémcasada e fui para um cantinho e escrevi:
Da bela e da vela
Ainda há belas que teimam   
em  deixar-se às janelas, 
mostrando  as finas veias
 e as tranças.
Ainda há belas que teimam 
em ir às fontes ou aos mercados,
vender os claros olhos...

Ainda há feras 
que compram as princesas, 
dos moleiros,

e as levam para os castelos 

para sempre...

chorosas e casadas...

Oh! parceiros, escutem

 pois o resto é lenda... 

Em certa terceira noite... 

a bela acende a vela:

que monstruosidade...

ele é  um príncipe...

inda é belo e  é forte...

Não se lamenta, 

nem vai aos mares, nem  aos montes

dos ventos  uivantes.

Só acorda e se apaixona 

pelo anão feio e torto,

que era o bobo da corte!



      Izabel Cristina Dutra - produção original:  JF/ 1994.




quinta-feira, 7 de julho de 2011

Homenagens 13 (ICD)

Aí eu estava esperando para assistir ao jornal, aí a Fátima fez a chamada; “Aconteceu outra vez...”   Aí eu reescrevi aquele poema que fiz, num dia, em que meu olhar se cruzou com uma senhora pela janela do ônibus:
Uma  outra prenda de maio
Nossos olhos de mãe largados 
assim se encontram 
pela janela do coletivo,
nossas almas de mãe cansadas 
se encontram pela tela da tevê...
Colhes meu olhar abandonado,
colho teu olhar abandonado,
colhemos o olhar dela abandonado...
mas ninguém vê...
Nosso pranto rola silencioso 
e cansado de tanto recolher
 nossos bebês abandonados...
lançados  pelas janelas luxuosas,
infectados pelo mosquito danado,
atingidos pelas balas achadas e perdidas,
estilhaçados pela bomba do ódio,
marcados pelas mãos do vício e do  ócio,
esmagados pela lixeira ao lado,
congelados nos córregos de outro bairro...
Hei!  “Acorda,menina”!“Desperta coração”! *¹
que ainda é tempode subir 
a escadaria ou o escadão,
e antes de limpar o fogão,
 enquanto liga a tevê
e assiste ao jornal,
 pra espantar este mal,
você vai tricotar  aquele casaquinho
pra  neste inverno que chega
oferecer para aquele bebê 
daquela mãe
– aquele que se salvou – 
porque ela, igual a você
 nunca largou, nunca abandonou
 nesse ou em outro maio... sempre cuidou!

Izabel Cristina Dutra, produção original: JF/2008.
*¹ Estas frases são respectivamente da apresentadora Ana Maria Braga e de um D.J. de rádio comunitária.

sinais da guerra e da Paz! 9 (ICD)

Aí  eu estava lá passando pela praça e vi dois garotos brigando e um adulto incentivando. Eu pensei  no estado bélico em que vivemos continuamente e reescrevi:


Final de briga
C/ 2 balas de côco, compravas a briga/plo krrin d plástico/pla posse da bola/Mas o relógio da sala marca outros tpo.s/ tpo. dpois d tpo. é + x tpo.../And now?! lãs niñas   ñ qrem só krro/ qrem ksa e comida/qrem $+$ and power!!! o direito de mandar.../E los niños? ñ qrem  só a bola/q hoje é o mundo/qrem a bolsa e a vida/qrem $+$+$ and power!!!!!!! e um direito de matar..../C/ 2 balas 44, comprastes muita briga/plo azar da sorte / plo dscaso da morte/ Mas o relógio    da cela marca outros dsesperos/e dsesperos dpois de desesperos/faz  a vida ficar de lado/ e faz ver o sol nascer quadrado.

Izabel Cristina Dutra, produção original: JF/ 1997

Homenagens 12(ICD)

 Aí eu estava lá na assembléia, junto com os outros professores e se discutia as orientações e as resoluções... Então, quando cheguei. em casa, eu reescrevi este poema que vai do meu coração para os companheiros e para Amanda Gurgel, lá do Rio Grande do Norte e em tempo... pra minha colega e amiga transferidinha junto com maridão e filhinha e tudo para São Gabriel da Cachoeira, bem ali, no Amazonas:
A aula de hoje:
Eles e elas vieram outra vez
de brinco  ou  de brinquedo...
de bermudas  de qualquer  cor jeans...
querendo repartir o segredo!
Eles e elas  vêm sempre....e nos olham sempre,
com aquele jeito de indagar...de asuntar...
e sabem que fingimos...
que não sabemos o que responder,
nem o que achar ou  que esconder!
Eles e elas vêm sempre  e virão outra vez,
neste e no próximo mês...
mais querendo carinho do que um  conceito A,
mais querendo  algo novinho do que velho  beabá!
Então podemos fazer a chamada
e mentir qualquer história do Brasil...
Ou levá-las, lá....  para fora
pra viajar neste céu cor de anil,
pro planeta novidade
onde  dona mentira já perdeu de 10 a 0
pra Heróis de verdade, que lecionam a Liberdade
para esta  gente varonil...

Izabel Cristina Dutra, Produção original: JF/1996.


domingo, 3 de julho de 2011

Homenagens 11 (ICD)

Aí eu estava na banca e os senhores admiravam e comentavam a beleza da nova musa, e eu reescrevi:


A mulher nota 10

Quando nos anos 80,
ela posou
e pôs nos olhos 
uns “lasers”,
Marilyn  nem piscou
nem esteve lá!
Além do refletor,
ela soube bem que este amor
não ia durar nem 10 anos.
Quando nos anos 90,
ela chega
e traz às bancas
um sorriso de robô,
Marilyn nem sorri
nem está aqui!
Além do vídeo,
ela sabe bem que este amor
talvez nem dure 10 anos.
Quando nos anos 2000,
ela se tornar
 a inesquecível
Marilyn nem sussurrará
nem estará...
nem aqui nem lá...
Além das “homepages”,
ela saberá bem que este amor
nem existirá...
nem nos últimos 10 anos.

Izabel Cristina Dutra, produção original: RJ/1991.

sábado, 2 de julho de 2011

sinais da guerra e da Paz 8 (ICD)

Aí eu estava numa esquina e ouvi um papo esquisito sobre guerra via rede... aí  reescrevi :

Belicosamente...!!!
I
─ Hei, cara/eu acessei teu blog/e eu vi a guerra...    
─ É... é ....a guerra é feia,baby/mais barulho que canções/
mais mortes que aflições!
 ─ Hei, cara?eu acessei o teu blog/e eu vi  + guerra!    
─ Era outra guerra, baby/tem muito mais/noutros blogs é que são legais...
─Mas, cara/eu acessei o teu blog/e eu vi o planeta indo aos ares...   
 ─ Não se preocupe, baby/nós seremos fragmentos de ira/
invadindo as galáxias/provocando altas guerras!
    Pô, cara/ tô tão aflita/ a guerra nem é bonita/e eu acessei o teu blog/ e eu viiiiii .....................
II
─  Aí, cumpadi/eu acessei teu blog/e eu vi a guerra!      
 ─ É... é ... a guerra é feia, veio/mais pancada que abraço/
mais tapona que golaço!
─ Aí, cumpadi/eu acessei teu blog/ e eu vi + guerra...    
─ Era outra guerra, veio/tem muito mais/nos domingos
é que são legais...
─ Mas, cumpadi/eu acessei teu blog/e vi o estádio indo aos ares... 
─ Não se preocupe, veio/nós seremos raiva em pó/invan-dindo as galeras/provocando altas guerras!
─ Pô, cumpadi... as minas já tão aflitas/ as mamy nem acredita /a guerra nem é bonita/ e e eu acessei teu blog/
e eu viiiiiii......................................................
Izabel Cristina Dutra -  produção original:JF/1996