quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Homenagens 15 (ICD)

 Agosto vai chegando ao fim... Até que enfim“ Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos”*, ela virá com certeza! Ela? Sim, Ela:

A minha Prima...Vera!

Aí vem ela!  a minha Prima... Vera! Cheia de Vida!

Flores, estrelas e borboletas, uma festa nos  cabelos! 

Natureba, cheia de zelos.

A minha Prima...Vera sabe que  tempos são chegados

 e que  estão bem  mudados,

Tudo estrambelhado!

 Mas ela é fresca...como esta brisa . 

A minha Prima Vera dança e canta 

com os passarinhos, mesmo  os que não têm ninhos...

E apesar do aquecimento e  do descongelamento,

com eles faz planos, tem sonhos de frutificação

e de se casar com o meu primo, o Verão!

* referência a  verso da canção "Sol de Primavera", Beto Guedes
Izabel Cristina Dutra, reescrito em JF, 24/08/2011.

sábado, 20 de agosto de 2011

Poemas de Amor e Desamor 7 (ICD)

Aí eu tava lá, na sala, esperando para assistir o jornal da tarde de hoje, e a Mariana anunciou a condenação,  a 15 anos de prisão, do borracheiro que matou a cabeleireira. ─ É pouco, muito pouco! – gritou alguém na vizinhança... Então eu re-escrevi:
NA BOCA DA CIDADE...

Na boca da cidade, o nome dela - um nome já sem dona, frio!... 
Na boca da cidade, o salão dela -  um  salão já sem vida,vazio!... 
Na boca da cidade, o amor dele - um amor já sem riso, em desatino! ... 
Na boca cidade,o ódio dele - um ódio já sem motivo, em desafio!...
No céu da boca da cidade - ecoam os tiros dele, os gritos delas... 
No céu da boca da cidade - sol e lua se esquecem e estrelas estremecem... 
Na boca da cidade, só se proclama -  é pouco, prisão perpétua pra este louco! 
No céu da boca da cidade -   crianças sonham e, um anjo clama: 
Oh! Deus! Porque carecemos ainda destes dramas?

Izabel Cristina Dutra, produção original: Rio,1989. Reescrito em 20/08/2011.

sábado, 6 de agosto de 2011

Homenagens 18 (ICD)

Aí todos os noticiários falavam  da morte dele há um ano, mas a moça do banco da frente ouvia no seu smartphone, uma canção antiga : ♪one day in your life...♪. Então eu reescrevi um certo poema de minha  juventude:

 Doces pássaros feridos

♪Te  I love you, Billie…♪♪...Nunca te vi, nem ao vivo nem a cores!Só te ouvi vozes depois, e mesmo assim não entendi  porque o branco perfume de orquídea viera junto com teu doce canto negro,numa certa manhã branca, num certo inverno incolor de uma certa juventude...♪ 
Mesmo assim te amarei forever...♪
♪Te I love you, Marvin...♪♪...Umas vezes te vi não ao vivo mas a cores e te ouvi várias vozes,mesmo assim não pressenti que o vigor que me agitava  viera junto com o  teu alegre canto negro, em certas tardes  cinzas de uma prima-vera incolor de uma certa  juventude....♪♪
Mesmo assim te amarei forever...♪ 
♪Te I love you, Michael...♪♪...Sempre te vi não ao vivo e com tantas cores,e sempre te ouvi e vivi tantas vozes,ainda assim te curti sem saber do meu sorriso  que viera junto com  teu dançante canto negro,em certas noites cinzas,de um verão incolor de uma certa juventude....♪♪...
 Mesmo assim te amarei  forever...♪
♪ Te I Love you, Tim...♪♪...Muitas vezes te vi  ao vivo e a cores e sempre te ouvi e vivi várias vozes,e assim me surpreendi com a pressa do meu coração que viera junto com o teu ora indignado ora enamorado canto negro...em certas dias agitados de uma certa juventude...♪
 E assim te amarei  forever...♪
♪ Steve sempre te vendo e  te ouvindo...♪...Cartola, Wilson,Marley, Jorge,Ray, Whitney, Mariah e outras  wonderffuls  gentes canoras…
Mas compreendi enfim que a tristeza viera sempre junto com teus doces trinados negros, desde que fomos feridos, no ninho....♪
♪Então vos amarei para sempre♪♪...
Porque orquídeas e rosas falarão♪♪...mesmo se enfim terminar o verão, e voltar aquele triste outono e este longo inverno chegar e passar, juntos nós vamos estar...
♪♪...porque é primaveeeera...♪♪...
na terra e no céu, na estação de rádio, quando eu  te amuuuhhh!..
♪♪♪♪♪♪♪♪

       Izabel Cristina Dutra, produção original: JF/1979.





terça-feira, 2 de agosto de 2011

Homenagens 17 (ICD)

Falando de árvores que sobrevivem, muitas foram as que se perpetuaram na lira dos poetas:  cajueiro, amendoeira, pé de laranja lima, figueira, cedro-do-líbano, jequitibá e cerejeiras... Apresento a minha árvore!


A Dona Mangueira
Enquanto me mofava toda,
 eis que rejuvenescida estavas,
 velha árvore de sempre, 
como uma senhora de cabelos retocados... 
Agora quando o sol finge brilhar, 
de novo sem graça e frio... 
eis que teu verde me renova, 
velha parceira das madrugadas vigilantes, 
primeira pessoa avistada 
nas manhãs renascentes ! 
Tu me reafirmavas, divina criatura, 
com a cascorenta segurança de teu tronco,
 vestido agora em transparências de musgos, 
em rendas e colares verdes de heras...
Seguiremos  ainda juntas,
por muito tempo: 
tu espremida pelo muro mas firme...
 eu espremida pela vida mas firme... 
Seguiremos juntas 
ainda que eu me mude! 

Izabel Cristina Dutra -  produção original: RJ/1987