quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Revisitando a poesia IV

Conversar com crianças, em todos os lugares não é um mero hábito de professora aposentada e mãe de “filinha” já crescidinha... É que elas  dão respostas simples e magníficas às questões da humanidade e do planeta... E foi ouvindo resposta de criança, que escrevi e reescrevi:

O pós-guerra 1

Chove em Bagdá, Gaza, Donetsk,
 E adjacências globais...
Quando  Sara era pequena,
 A chuva era doce 
e clara!...

Venta em Bangladesh, Rio, Sampa,
Buenos Aires,  Minnesota,
E em outros points  globais...
Quando Tarim era pequeno,
O vento era sempre 
um ventin ...

Mas os Gigantes do Ocidente,
Mais os Príncipes do Oriente
Bem brincaram  
De míssil e poder , 
o dia inteiriin ...

A chuva agora era ácida!
Agora arrasa e devasta... 
E o vento?
Ele  bem derrubou até o celeiro 
do Sr. Jim!...
               
O pós-guerra 2

Degelo nos Andes, no Himalaia, no Ártico,
E outras geleiras  globais...
Quando Juanito era pequeno,
Degelava  tão 
devagarzin ...

Cai geada  e granizo  em Porto, Santa Fé,
Sampa   e até  no  Mato Grosso!...
 Quando Bebel era pequena,
Geava em Jotaefe... 
Bem de mansin...
 E granizo era quase 
um brinquedin ...

Mas os Gigantes do Ocidente,
Mais os Príncipes do Oriente
Bem brincaram
De  míssil e diplomacia, 
o dia inteiriiin...

E o degelo agora era mega-rápido...
E a geada?...
Mas agora  o que era geada mesmo?!...  
E o granizo?  
 Ele bem acabou até  com o  jardim 
do Sr. Joãozin!...

Izabel Cristina Dutra, reescrito em JF/MG em 10/09/2014.


sexta-feira, 18 de julho de 2014

Revisitando a Poesia III

Aí... Vc. vai me perguntar...E a Paz?... Pra mim, ela é simples assim... Eu já falei dos seus sinais e retomo aqui  a versão original...

Sinais da Paz...
                  I     

Aviadores atentos e de sorte,
marinheiros do sul e do norte,
mensageiros da morte...
Aonde ides?                 

Com vossos migs submarinos,
com vossas naus siderais,
e vossas árduas missões de guerra,
e vossas inúteis canções de guerra...
singrando águas e céus de Deus?
Já estão sangrando!

Não vedes ? nem sabeis?                                   
Ides  ao encontro daquela...                
Ela vos lançará 
aonde afundareis
com vossos finitos sonhos...                            

Parai e olhai um golfinho,                     
bem magrinho, até feiinho...
com vossos finitos sonhos....         
um infinito mergulho
entre os céus e as águas
e  nos recupera  a Esperança.

Parai e olhai uma andorinha,
bem magrinha, até feiinha...
traça infinito vôo
entre as águas e os céus
e nos  reapresenta a Liberdade...

Sem elas, jamais chegaremos!...
                II

Combatentes belos e fortes,
vassalos de todas as cortes,
criados da morte...
Aonde ides?

Com vossas armas precisas demais,
com vossas expedições universais
e vossas ansiosas orações de guerra
e efêmeras paixões de guerra
fincando os pés em céus e terras de Deus?
Já estão feridas...

Não vedes? Nem sabeis?
Ide ao encontro daquela...
Ela vos lançará                          
aonde sucumbireis                       
com vossos finitos sonhos...         

Parai e olhai uma formiguinha
Bem magrinha, até feiinha...
arrasta infinito fardo
entre os céus e as terras                                                                                                 e  nos reafirma a Paciência

Parai e olhai um menininho
bem magrinho, até feiinho...
murmura infinita cantiga
entre as terras e os céus
e nos  revela o Amor.

Sem eles, jamais venceremos...


                           III


                     Viventes de todas as crenças e partes
Adoradores da morte,
Aonde ides? Não vedes? Nem sabeis?

Ides ao encontro daquela...           
Ela vos lançará
aonde esfriareis com vossos finitos sonhos
e ritos de guerra...

Sim!...
Parai e olhai um Homem,
nem ao menos magro,
nem ao menos feio...
vence o madeiro, a maldição
e nos  autografa a .

Sem ela, jamais alcançaremos 
a Paz!





                          









                         

                                  






  

 





                         

Revisitando a Poesia II

Então... Na Faixa de Gaza, criança morrendo no lugar de soldado... No espaço aéreo da Europa, 289 civis mortos em lugar de soldado... E figura lazarenta de Mrs. War perambulando nas grandes cidades do mundo...  Lá vai algumas  das que gosto mais, sobre os sinais da guerra:

Aí eu estava numa esquina, o menino tava acessando o face e ouvi um papo esquisito sobre guerra via net  ... Aí  reescrevi :

Belicosamente...!!!
I
─ Hei, cara/eu acessei teu blog/e eu vi a guerra...    
─ É... é ....a guerra é feia,baby/mais barulho que canções/
mais mortes que aflições!
 ─ Hei, cara?eu acessei o teu blog/e eu vi  + guerra!    
─ Era outra guerra, baby/tem muito mais/noutros blogs é que são legais...
─Mas, cara/eu acessei o teu blog/e eu vi o planeta indo aos ares...    
 ─ Não se preocupe, baby/nós seremos fragmentos de ira/
invadindo as galáxias/provocando altas guerras!
    Pô, cara/ tô tão aflita/ a guerra nem é bonita/e eu acessei o teu blog/ e eu viiiiii .....................
II
─  Aí, cumpadi/eu acessei teu blog/e eu vi a guerra!      
 ─ É... é ... a guerra é feia, veio/mais pancada que abraço/
mais tapona que golaço!
─ Aí, cumpadi/eu acessei teu blog/ e eu vi + guerra...    
─ Era outra guerra, veio/tem muito mais/nos domingos
é que são legais...
─ Mas, cumpadi/eu acessei teu blog/e vi o estádio indo aos ares... 
─ Não se preocupe, veio/nós seremos raiva em pó/invan-dindo as galeras/provocando altas guerras!
─ Pô, cumpadi... as minas já tão aflita/ as mamy nem acredita /a guerra nem é bonita/ e e eu acessei teu blog/e eu viiiiiii............. ....................... ..................
Izabel Cristina Dutra -  produção original:JF/1996 


Aí, era uma outra década.... Aí de repente, acordos de Paz viram outra guerra. Aí, eu re-escrevi

Réquiem para  Ashkelon, Gaza, Donetsk, Kremenchuk, Kuala Lumpur
(e adjacências globais)
 mohamed abrão  ygornovitch ming@.world.com.br: doce e eterno love,sera q havera tempo.? d entregar minh’ alma a ti? meu sol krdeal ?! ... serah q havera tpo.d dar-me ares d moça d cinema, d ocultar m  d sorver dlicias de mooca entre gritos d bazares e pubs ? SERAAAH?!
 girl@world.com.br: doce e eterno love,ñ havera tempo, naum!por + q gire o dial ñ calo lamentos d muezins em hardcore!ñ havera tpo, naum...ñ havera nem veraum! nem  cançaum! por + q eu cliq o mouse,serpntes/passaros  interativosvarrem meu oasis e  ilhas e mares  em lasers  rasants! Ñ HAVERAH TPO. NAUM!!
 dervixesacerdotesunion@planet.com.brSerá q Puskin e os outros escudeiros  deste planet nos deixaraum ao - 1 mini-minaretorre, ond  praticaremos nossa porçao dervixe e devot? ...SERAAH?!
bardospoetry@univrs.com.br:doces e eternos poetas, assim...ñ havera tempo. naum! d rasgar est chaum pleno de entulhos, ardent chaum!... d varar est ceuh pleno de meteoros, feerico ceuuh!/ñ havera tempo  nem d dar aqle longo beijo q a milesima 1ª ultima noite  já xegou,ardent e feerica noite,eterna e fetida noite!//Amados assim.../ ñ havera  tpo naum!nem d mediar ou dletar o conflito,em nossos coraçoes aflitos entre restos d mesquitas ,detritos d sinagogas...entulhos d igrejas...e nas homepages d jornais - até os olhos de Yacob  se espantam com a viuvez das huris... com a solidão dos anjos... /Ñ HAVERA TEMPO. NAUM! Ñ HAVERA NEM VERAUM!! NEM CANÇAUM !!! ...

                    Izabel Cristina Dutra - produção original: Rio,1992. Reescrito em JF/MG,2011
Aí eu estava no msn e peguei uma conversa sobre paz e guerra. Aí fui e reescrevi este poema:

Kestaum d opção d skolha!

─ Guerra é paia, bros!  nest planet de gent cegueta/ basta 1 falha na conexaum/ 1 brexa no coraçaum/basta 1 só sujeito/ q rejeita perder o $ , o Poder/e + gent vivent, tua e mĭa pod morrer...
─ Véio, aí!... é guerra de todo o jeito/ é  pq na Síria...  +  é pq na Ucrânia...+ pq em Gaza + pq em RJ SP BH PA MA NY JF e outras  mais ... guerra de lá para ká e ká ... daki e dali!../ guerra do Hamas e do PCC e do não sei o quê.../ 
─ Si bobear guerra de mĭ e de vc./ guerra por kauza de ceuh e terrah/ por kauza d gueerrra e por kauza d paaaz!!!!!!!!!!!!!!
─ Honeys, Paz é ouro! Infndável tzouro/q juntos podmos juntar: nosso kantar, nosso doer/nosso modo d krer e d viver/ Paz q  juntos podemos obter!
─ Eh... mina! mas só dpois d muito guerrear uma outra guerrah/ vc. pod optar pa skolher entre vver e morreeer/ vc. pod  skolher   pa optar entre mataaar... ou  amaaaar!  
─ Uai...meu! é como skolher entre ser ─ ou ser + ... entre o Ø e a PAZ!....     
Izabel Cristina Dutra- produção original : JF./1998


Izabel Cristina Dutra - reescritas em JF/ MG, no dia 18/07/2014.

sábado, 26 de abril de 2014

Homenagens 2014

Aí, em 2011, eu estava lendo as manchetes na Internet, aí tava lá: “Juan foi morto por PM.s e sem confronto” Uma indignação tomou conta de mim e reescrevi um poema de 1982. Mas aí eu tava vendo T.V  e, de novo, vejo mais uma vítima dessa  tal pacificação do RJ, que eu  mal  entendo, eu reescrevo:

Vida longa para Juan , o menino morto na Baixada... 

(... E para Amarildo...E para  Claudia... E para Douglas... E  para outras vítimas da tal  pacificação dessas cidades!)
Juan, não te trago as lágrimas... 
Te trago clamores...
Se naquele dia, mais alguém clamasse, 
Não terias levado o tiro que te separou de nós! 
Amarildo,  não te trago flores.... 
Te trago o  respeito... 
Se naquele dia mais alguém te respeitasse,  
Não terias sido torturado 
E nem  levado o tiro que te separou de nós! 
Claudia, não te trago coroas... 
Te trago a amizade... 
Se naquele dia,  mais alguém a ti se dedicasse, 
Não terias levado o tiro 
E nem terias sido arrastada pra te separar  de nós! 
O que te trago,  Douglas...
É muito mais do que saudades...
É a indignação - a ira dos anjos...
É por  tua longevidade
Em cada gente que se salve 
E que sobreviva 
Ao abuso da autoridade, nessas cidades!!!

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Revisitando a Poesia I.




















Então, neste 10º dia deste 4º mês deste 2014º Ano da Graça Celestial mas também de um ano totalmente do depois in terras tupiniquins, eu revisitei um poema de 1977:
Pequeno Anunciante

Eis que chega Abril!
E logo no dia primeiro,
 se a mentira passou,
esta gente apressada não viu e nem sentiu,
com olhar impreciso,embaçado
já nas tardes passadas, perdidas,
entre cifras e falsas verdades contabilizadas.
Ah! As chuvas de abril!
Os gritos de abril:
Olha a enchente aí, gente!...
Ah! Pelas narinas, os cheiros de abril:
goiabas temporãs, perfumosas mexericas,
dois cruzeiros a dúzia...
E olha que valem mais que mil!
Ah! Pelos olhos, as cores de abril:
meninos de uniforme ainda cor de anil,
quaresmeiras floridas, violetas antecipadas,
roxas, de uma brisa gentil...
Ah! Pelos ouvidos, as vozes de abril,
as rezas de abril: o “tende piedade de nós”
repetido , na procissão da Paixão...
Aí, vai passando o Abril...
Na segunda quinzena, 
já se tem novena
 e advinha...
 Um sino de maio chamando os anjos terrenos
para o ensaio da coroação...
Um frio de junho , chamando jovem apaixonado
para  dar presente e ver balão...
Umas férias de julho, para menino fazer arte,
plantar bananeira e lamber sabão!
e muitas almas arrripiadinhas,
E agarradinhas na sessão das cinco!
Eta tempinho bããão!...

Izabel Cristina Dutra.                      JF,l977.

Publicado no livro "Das Almas de Minas" - Juiz de Fora /MG: Funalfa/Lei  Municipal de Incentivo à Cultura Murilo Mendes,2012.