quinta-feira, 19 de abril de 2012

Homenagens 25


Conto do último curumim

 Ao longo da história,ao longo da estrada,
numa taba  já  vazia e já senil,
são séculos, são sonhos depois...
Que descobriram essa terra tão gentil...
 que nos impediram de dizer não,
 e no meio da selva seca, 
vive uns restos de nação!
Sob um céu de grafite, que antes era cor de anil,
 pula o tecnofunk, dança o eletroforró
inda que seja só,
 toma coca-cola, diz:  ies ai du!... e joga até o beisebol,
 e também os malabares, para ganhar uns dólares,
 janta o cheeseburguer,na carrocinha da aldeia,
  se embriaga,com a turma do barril, 
e injeta alegria na veia...
Mas morre de fome, de tifo e de dengue,
 e com a barriga cheia do que não viu,
  um  menino índio de um certo brasil.

Izabel Cristina Dutra - reescrito em JF, 19 de abril de 2012