Conto do último curumim
Ao longo da história,ao longo da estrada,
numa taba já vazia e já senil,
são séculos, são sonhos depois...
Que descobriram essa terra tão gentil...
que nos impediram de dizer não,
e no meio da selva seca,
vive uns restos de nação!
Sob um céu de grafite, que antes era cor de anil,
pula o tecnofunk, dança o eletroforró,
inda que seja só,
toma coca-cola, diz: ies ai du!... e joga até o beisebol,
e também os malabares, para ganhar uns dólares,
janta o cheeseburguer,na carrocinha da aldeia,
se embriaga,com a turma do barril,
e injeta alegria na veia...
Mas morre de fome, de tifo e de dengue,
e com a barriga cheia do que não viu,
um menino índio de um certo brasil.
Izabel Cristina Dutra - reescrito em JF, 19 de abril de 2012