Então, neste 10º dia deste 4º mês deste 2014º Ano da Graça Celestial mas também de um ano totalmente do depois in terras tupiniquins, eu revisitei um poema de 1977:
Pequeno Anunciante
Eis que
chega Abril!
E logo no
dia primeiro,
se a mentira passou,
esta
gente apressada não viu e nem sentiu,
com olhar
impreciso,embaçado
já nas
tardes passadas, perdidas,
entre
cifras e falsas verdades contabilizadas.
Ah! As
chuvas de abril!
Os gritos
de abril:
Olha a
enchente aí, gente!...
Ah! Pelas
narinas, os cheiros de abril:
goiabas
temporãs, perfumosas mexericas,
dois
cruzeiros a dúzia...
E olha
que valem mais que mil!
Ah! Pelos
olhos, as cores de abril:
meninos
de uniforme ainda cor de anil,
quaresmeiras
floridas, violetas antecipadas,
roxas, de
uma brisa gentil...
Ah! Pelos
ouvidos, as vozes de abril,
as rezas
de abril: o “tende piedade de nós”
repetido
, na procissão da Paixão...
Aí, vai
passando o Abril...
Na
segunda quinzena,
já se tem
novena
e advinha...
Um sino de maio chamando os anjos terrenos
para o
ensaio da coroação...
Um frio
de junho , chamando jovem apaixonado
para dar presente e ver balão...
Umas
férias de julho, para menino fazer arte,
plantar
bananeira e lamber sabão!
e muitas
almas arrripiadinhas,
E
agarradinhas na sessão das cinco!
Eta
tempinho bããão!...
Izabel Cristina Dutra. JF,l977.
Publicado no livro "Das Almas de Minas" - Juiz de Fora /MG: Funalfa/Lei Municipal de Incentivo à Cultura Murilo Mendes,2012.
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