terça-feira, 2 de agosto de 2011

Homenagens 17 (ICD)

Falando de árvores que sobrevivem, muitas foram as que se perpetuaram na lira dos poetas:  cajueiro, amendoeira, pé de laranja lima, figueira, cedro-do-líbano, jequitibá e cerejeiras... Apresento a minha árvore!


A Dona Mangueira
Enquanto me mofava toda,
 eis que rejuvenescida estavas,
 velha árvore de sempre, 
como uma senhora de cabelos retocados... 
Agora quando o sol finge brilhar, 
de novo sem graça e frio... 
eis que teu verde me renova, 
velha parceira das madrugadas vigilantes, 
primeira pessoa avistada 
nas manhãs renascentes ! 
Tu me reafirmavas, divina criatura, 
com a cascorenta segurança de teu tronco,
 vestido agora em transparências de musgos, 
em rendas e colares verdes de heras...
Seguiremos  ainda juntas,
por muito tempo: 
tu espremida pelo muro mas firme...
 eu espremida pela vida mas firme... 
Seguiremos juntas 
ainda que eu me mude! 

Izabel Cristina Dutra -  produção original: RJ/1987

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