Falando de árvores que sobrevivem, muitas foram as que se perpetuaram na lira dos poetas: cajueiro, amendoeira, pé de laranja lima, figueira, cedro-do-líbano, jequitibá e cerejeiras... Apresento a minha árvore!
A Dona Mangueira
Enquanto me mofava toda,
eis que rejuvenescida estavas,
velha árvore de sempre,
como uma senhora de cabelos retocados...
Agora quando o sol finge brilhar,
de novo sem graça e frio...
eis que teu verde me renova,
velha parceira das madrugadas vigilantes,
primeira pessoa avistada
nas manhãs renascentes !
Tu me reafirmavas, divina criatura,
com a cascorenta segurança de teu tronco,
vestido agora em transparências de musgos,
em rendas e colares verdes de heras...
Seguiremos ainda juntas,
por muito tempo:
tu espremida pelo muro mas firme...
eu espremida pela vida mas firme...
Seguiremos juntas
ainda que eu me mude!
Izabel Cristina Dutra - produção original: RJ/1987
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