Aí eu tava lá, na sala, esperando para assistir o jornal da tarde de hoje, e a Mariana anunciou a condenação, a 15 anos de prisão, do borracheiro que matou a cabeleireira. ─ É pouco, muito pouco! – gritou alguém na vizinhança... Então eu re-escrevi:
NA BOCA DA CIDADE...
Na boca da cidade, o nome dela - um nome já sem dona, frio!...
Na boca da cidade, o salão dela - um salão já sem vida,vazio!...
Na boca da cidade, o amor dele - um amor já sem riso, em desatino! ...
Na boca cidade,o ódio dele - um ódio já sem motivo, em desafio!...
No céu da boca da cidade - ecoam os tiros dele, os gritos delas...
No céu da boca da cidade - sol e lua se esquecem e estrelas estremecem...
Na boca da cidade, só se proclama - é pouco, prisão perpétua pra este louco!
No céu da boca da cidade - crianças sonham e, um anjo clama:
Oh! Deus! Porque carecemos ainda destes dramas?
Izabel Cristina Dutra, produção original: Rio,1989. Reescrito em 20/08/2011.
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