segunda-feira, 27 de agosto de 2018

A canção de tudo e de todos...


A canção das coisas, dos bichos e das gentes daqui e..

Ouçam...
Um vento também  está cantando aqui...
                                   tá soprando aqui...
O sopro dele é bravo
mas também é manso...
O  canto do vento ventila almas,
mas também  sacode  vidas.

Ouçam...
Um  trem também está cantando aqui...
                                    tá apitando aqui...
O apito dele é tremendo
 mas também  é estranho...
O canto do trem treina almas,
mas também espanta vidas.

Ouçam...
Um cão está cantando aqui
                   tá uivando aqui...
O uivo dele é alongado
 mas também é súbito...
O  canto do cão  alerta almas...
mas também acalenta vidas.

Ouçam...
Um canarinho está cantando aqui...
                             tá trinando aqui ...
O trinado dele é afinado
mas também desatinado...
O  canto dele alegra almas...
mas também entristece vidas.

Ouçam...
Um pedreiro está cantando aqui...
                       tá pagodeando aqui...
O pagode dele é engraçado
mas também é desafinado.
O canto dele agita almas...
mas também incomoda vidas.

Ouçam...
Um bebê está cantando aqui...
                   tá gugunando aqui...
O gugunado dele é  adocicador...
mas também é arrebatador...
O canto dele encanta almas...
mas também desperta vidas.

Ouçam...
Uma moça está cantando aqui...
                       tá louvando aqui...
O louvor dela é dos  fortes...
Mas também é  dos fracos...
O canto dela suaviza almas...
Mas também fortifica vidas

Ouçam... 
Eu estou cantando aqui...
          tô bolerando aqui...
O meu bolero é cadenciado...
mas também é desconsolado...
O meu canto embala almas
mas também adormece vidas

Ouçam
Almas e vidas tão cantando aqui...



sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

poesia em terras del rei e de nós...

A canção dos sinos daqui

Ouçam... Os sinos estão tocando...

Por quem dobram os  sinos?!

Ouçam... Estão tocando os sinos daqui...

Só hoje  de fato, eu ouvi...

Era um, era dois... Eram quase três...

Tocaram breve e de leve...

Por quem dobram os sinos?!

Por mim, por nós, por vc.s?

Eles tocam, eles dobram sempre aqui:

Por quem ainda nem nasceu,

Por quem já viveu...

Por isso  que já chegou...

Por  aquilo que já passou...

Tocam de cada jeito pra certa gente...
 Tocam pra cada gente de um certo jeito...

Ouçam... Os sinos estão tocando...

Por quem dobram os  sinos?!

Ouçam... Estão tocando os sinos daqui...

Só hoje ouvi, senti e entendi...



Izabel Cristina Dutra, escrito em  São Joõa Del Rei, entre 19 e 20/03/2018.



 A canção do vento daqui...

Ouçam!... O vento daqui está cantando lá fora...
Tanto tempo não ouvia...
Entre predinhos e  1 predião...
 Entre  casinhas e 1 casarão...
Ele  sopra  sua canção espantosa...
Atraindo  ou espantando  vida...

Ouçam!... O vento  daqui está cantando lá fora...
Só não sei se ele quer  que eu fique ...
Ou se ele quer  que  eu vá embora...

Ouçam!... O vento daqui está cantando lá fora...
Canta gemendo  chuva de  alegria...
Canta gritando   noite de agonia...
Socando  janela  e,  fazendo  arrelia...
Deixa a gente sem cel e sem net...
Não deixa eu falar com vc...
Não deixa ela ver tevê...



Ouçam!... O vento está cantando lá fora...

Querendo atenção agorah!....
Depois... Ele é quem  vai embora...
Eu não sei bem o que  ele deseja...
Nem  vc sabe o que ele queria...

Izabel Cristina Dutra, escrito em  São Joõa Del Rei, entre 18 e 23/02/2018.




segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Réquiem para o nosso século...

Aí, era uma outra década.... Aí de repente, acordos de Paz viram outra guerra. Aí, eu re-escrevi o que já estava re-escrito

Réquiem para Aleppo,  Mussul, Ashkelon,Washington, Gaza,Brasília, Donetsk, Kremenchuk,Etiopia, Kuala Lumpur, 
(e  outras djacências globais e brasilianas em não sei qual  conflito...)

 mohamed abrão ygornovitch ming@. world. com. br: doce e eterno love,sera q havera tempo d entregar minh’ alma a ti? meu sol krdeal ?! ... serah q havera tempo d dar-me ares d moça d cinema, d ocultar m véus e   d sorver dlicias de mooca, entre gritos d bazares e pubs ? SERAAAH?!
 girl@world.com.brdoce e eterno love&gt:  ñ havera tempo, naum! por + q gire o dial ñ calo lamentos d muezins em hardcore!ñ havera tempo, naum... ñ havera nem veraum! nem  cançaum! por + q eu cliq o mouse, serpntes/ passaros  interativos varrem meu oasis/ilhas/mares  em lasers  rasants! Ñ HAVERAH TPO. NAUM!!
dervixesacerdotesunion@planet.com.br :Será qTemer&;Puskin& Trump&Assad&Maduro&;Jinping;Zuma e outros escudeiros  do grand power dest planet nos deixaraum ao menos 1 mini-minarete, uma torre,um monte ond  praticaremos nossa porçao dervixe e devot? ...SERAAH?!
bardospoetry@univrs.com.br:docesternospoetas :  assim...ñ havera tempo. naum! d rasgar est chaum pleno de entulhos, ardent chaum!... d varar est ceuh pleno de meteoros, feerico ceuuh!/ñ havera tempo  nem d dar aqle longo beijo pq a milesima 1ª ultima noite  já xegou...ardent e feerica noite...eterna e fetida noite!//AHH...UFFFAH..
Amadinhos/ Amadinhas@. com: assim.../ ñ havera  tpo naum! nem d mediar ou dletar o conflito,em nossos coraçoes aflitos... entre restos d mesquitas ,detritos d sinagogas...entulhos d igrejas...e nas homepages dos grandes jornais, os sonhos se desfazendo e,  até os olhos de Yacob  se espantam com a viuvez das huris& a solidão dos anjos... /
 ASSIM Ñ HAVERA TEMPO NAUM! Ñ HAVERA NEM VERAUM!! NEM CANÇAUM !!! ...

                    Izabel Cristina Dutra - produção original: Rio,1992. Reescrito em JF/MG entre 2011 e  em 2017.

domingo, 30 de outubro de 2016

The days after...

E aí no dia 30 de outubro de 2016, uma considerável% de munícipes brasileiros optaram pela continuidade, uma outra não menos considerável% pela mudança.. Mas teve uns que se acovardaram se abstiveram ou anularam... E daeh... Daeh que eu li, reli e reescrevi:




The days after the day!!!

Era o dia 29…/ e  1 silêncio esquisito Na praça do povo!!!Corria 1 chiste tolo no canto... Corria 1 pranto preso no chiste...Mas os jornais diziam:a vitória é do povo!!!.../ de novo?!...e na praça...1 comando contra o povo/e 2 meganhas/ e 3 icborgs:  kDê a identidade, GALEGOH?!...

Era o dia 30…/ e  1 silêncio esquisito Na praça do povo!!! corria 1 riso solto  NO canto...  Corria 1 pranto preso no riso.../Mas os jornais diziam: a vitória é do povo!!!.../ de novo?!... e na praçA...1 comando contra o povo/e 2 meganhas/e 3 iceborgs:  kdê â identidade, kcique?...

Era o dia 31.../ e 1 silêncio esquisito Na praça do povo!!!Corria 1 pranto  solto no canto... Corria 1 chiste  preso no pranto... /Mas os jornais diziam: a vitória é do povo!!!... / de novo?!... e na praça ... 1 comando contra o povo/  e 2 meganhas/ e 3 iceborgs: ─ kdê a identidade, NEGOH?...



Izabel cristina dutra, em JF/MG, produzido entre os dias 29,30 e 31/10/2016.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

The days after...


E aê... Abril de 2016 e o povo foi golpeado outra vez.. Aê não teve jeito... Eu retomei e resscre

The days after the day!!!


Era o dia 18…/ e  1 silêncio esquisito Na praça do povo!!!
Corria 1 chiste tolo no canto.../Corria 1 pranto preso no chiste.../Mas os jornais diziam:
a vitória é do povo!!!.../ de novo?!...
e na praça...1 comando contra o povo.../ ...e 2 meganhas:
  kDê a identidade, nÊGOH?!...
Era o dia 19…/ e  1 silêncio esquisito Na praça do povo!!!
corria 1 riso solto  no canto.../Corria 1 pranto preso no
riso.../Mas os jornais diziam:
a vitória é do povo!!!.../ de novo?!...
e na praçA...1 comando contra o povo.../...e 2 meganhas:
  kdê â identidade, kcique?...
Era o dia 21…... e 1 silêncio esquisito Na praça do povo!!!
Corria 1 pranto  solto no canto...Corria 1 chiste  preso no
pranto.../Mas os jornais diziam:
a vitória é do povo!!!.../ de novo?!...
e na praça ...
1 comando contra o povo.../  e 2 meganhas:
kdê a identidade, galegoH?...



sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Carta de intenções finais para um ex-amor
                                                     

                                                                           Lugar/dia/mês/ano?!! Sei lah!...

Amor de minha quase vida:
Por essas mal marcadas linhas...
Venho lhe apresentar  a minha despedida...

Amor de minha quase vida:
Venho lhe apresentar  a minha despedida...
Por essas mal traçadas linhas...
E venho lhe avisar que não morri!!!
Nem de saudades...
...Nem de tristeza...
...Nem tão pouco de agonia...

É que no meu caminho, havia...
Tanta resistênciah...
Tanta esperançah ... 

Amor da minha  quase vida,
Por essas mal declaradas vias,
Venho lhe declarar que  não morri!...
Eu me revirei todinha! 
E sobrevivih!

É que no meio do caminho...
Havia tantah gente, tantah alegria...
Que acabei me distraindo...

Com o menino que solta pipa...
E não se importa se ela engaiar!

Com o moço da  parque e jardins...
Que rega a flor quase a murchar...

Com a menina que nina a boneca...
Mesmo se ela quebrar...

Com a moça da cozinha...
Que enfeita a torta, prestes a sovar...

Amor de minha quase vida:
Por essas mal traçadas linhas...
Venho lhe apresentar minha despedida:

Não é a certeza de um novo amor...
Nem por esperteza..
Nem por favor...

É a vida que vai seguir...
E vai impedir...
Que uma alma assim tão secular ...
Uma alma assim tão louca...
Mas também tão moça...
Venha à morte se entregar...
Por tão pouca dor...
Por tão pouca paixão...
Por uma coisa de nada....
Por nem um décimo de  um coração...
Como o teu...
Totalmente ateu...
Que nem sabe... Nem advinha...
O que é entrega?!... 
O que é paixão?!!

Amor de minha quase vida:
Por essas mal traçadas linhas...
Venho lhe apresentar a  minha despedida:
Não estou de volta...
E  nem você de ida...

Amor de minha quase vida:
Tô seguindo em  frente...
E eis que de repente!!!...

Izabel Cristina Dutra, produzido em JF/MG.





segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Revisitando a poesia...

As tragédias  anunciadas vão se repetindo e, muitos vão se acostumando... Todavia, mais do que nunca, é preciso registrar nossa indignação e lutar pra mudar  essa história... Por isso, indignada, reescrevi outra vez e outra vez reescrevi e, coloquei as estrofes em  ordem cronológica:

Aos meus, aos teus, aos seus, aos vossos, aos nossos...
(de todos os tempos...)


Ai d'ocês, sobrinhos e parentes de Brumadinho...
dos pés de feijão do seu tio...
só sinto o gosto de um caldo estranho escorrendo...
laah... na  feijoada da minha tia enlutada...

Ai de vous*, citoyens de Paris*...
de vossos lenços perfumados  esfarrapados, pelas bombas,
só sinto o cheiro ardido da intolerância e da morte,
laah.. no meu toaleteh...

Ai d’ocês, gentes de Bento Rodrigues e de Mariana...
de seus brotinhos tenros, afogados pela lama,
só sinto a essência das tragédias anunciadas,
laah... no meu jardim autorizadoh...

Ai de ti, Noiva de Sampa …
de teus  sonhos brancos soterrados, pelo morro,
só desfio  uns farrapos de véu agarrados,
laah na minha cortinah  ...

Ai de ti, Gato da China  ...
de teus pelos e ossos escondidos, pelos escombros,
só vejo a ponta de um rabo cheirando a mofo,
laah... no meu tapeteh ...

Ai de ti, Moço do Sul ...
de teus lucros verdes arrancados, pelas águas,
só sorvo o vinho amargo misturado ao lodo,
laah... na minha panelah …


Ai de ti, pedreiro de Barreiro...
de teus piso lisos misturados ao lixo pela enxurrada,
só me espeto  em cacos misturados  ao pranto,
laah... na minha salah …

Ai de ti, Cão de Machu Pitchu ...
de teus uivos  agoniados, ecoando pelas cordilheiras,
só ouço uns  ganidos de um cachorrinho,
laah... no meu vizinho ...

Ai de ti,Vovó de Friburgo...
de teus cabelos ensopados ao vento serrano,
só  afago  um fio de prata ensanguentado e encaracolado,
laah... na minha toalhah...

Ai de ti, Mestre do Japão...
de  tuas cerejeiras carregadas  e desencantadas,
só arranjo  flores murchas e radioativadas,
laah... na minha jarrah...

Ai de nós, Mães do Realengo...
de nossas menininhas mortas com cachos definidos,
só desfaço  um laço de cetim e sangue,
aki...  no meu penteadoh...

Ai de ti, Mãe do Haiti …
de  teu amores já  trincados, pelo próximo tremor,
só recolho uns restos de  coração palpitando,
laah... na minha janelah…

Ai de ti, Girl* de Nova York...
dos teus  saltos firmes  com  tuas botas estraçalhadas,
só caminho uns passinhos trêmulos,
laaah..na minha calçadah...

Ai de mim...
mesmo que eu tente segurar a mão que atira,
mesmo que eu tente escorar o muro que desaba,
mesmo que eu tente  impedir tudo aquilo que bate, destrói e mata...
e ...mesmo que eu tenha doado toda a minha alma,
que vai entulhada nestes caminhões de coisas  doadas,
mesmo que eu chore todo o choro que se tem chorado,
mesmo que eu cante todo canção de indignação,
que se tem cantado,
não chego a tempo de vos  livraar...
Só de gritaaar...
Ai dos meus... Ai dos teus... Ai dos vossos... Ai dos nossos!!!...

Então... 
Eu tento em meio a todas essas lamas,a todos esses cacos,
a todos esses frangalhos,
a todos esses tiros e socos,
    a todo esse suor  e lágrima ...
a toda essa dor infindah...
resgatar um pouco de Fé e Poesia,
e clamar a Deus, para nos guardar
para que possamos eu, tu , eles, nós
– que aqui ficamos –
devagarzinho nos consolar
e nos fortificar,
para que possamos recomeçar 
e nunca parar de lutar
para mudaaaarrr!!!...

Izabel Cristina Dutra, reescrito em
JF/MG,  no dia 16/03/2019

*  vous- vós; citoyens - cidadãos, girl - garota.



As tragédias vão se repetindo e muitos vão se acostumando mas mais do  que nunca preciso registrar nossa indignação:  

Aos teus, aos meus, aos nossos...
Ai de ti, Mãe do Haiti …
do teu amor já  trincado, pelo próximo tremor,
só recolho uns restos de  coração palpitando,
lá na minha janela…
Ai de ti, Noiva de Sampa …
dos teus  sonhos brancos soterrados, pelo morro,
só desfio  uns farrapos de véu agarrados,
lá na minha cortina  ...
Ai de ti, Gato da China  ...
dos teus pelos escondidos, pelos escombros,
só vejo a ponta de um rabo cheirando a mofo,
lá no meu tapete ...
Ai de ti, Moço do Sul ...
dos teus lucros verdes arrancados, pelas águas,
só sorvo o vinho amargo misturado ao lodo,
lá na minha panela …
Ai de ti, pedreiro de Barreiro ...
do teu piso liso misturado ao lixo, pela enxurrada
só me espeto  em cacos misturados  ao pranto,
lá na minha sala …
Ai de ti, Cão de Machu Pitchu ...
dos teus uivos ecoando, pelas cordilheiras,
só ouço os ganidos de um cachorrinho,
lá no meu vizinho ...
Ai de ti,Vovó de Friburgo...
dos teus cabelos ensopados ao vento serrano,
só  afago  um fio de prata encaracolado,
lá na minha toalha...
Ai de ti, Mestre do Japão...
de  tuas cerejeiras carregadas  e encantadas,
só arranjo  flores murchas e radioativadas,
lá na minha jarra...
Ai de nós, Mães do Realengo...
de nossas menininhas de cachos definidos,
só desfaço  um laço de cetim e sangue,
aqui no meu penteado...
Ai de mim...
mesmo que eu tenha doado toda a minha alma,
que vai entulhada nestes caminhões de coisas doadas,
mesmo que eu chore todo o choro que se tem chorado,
não chego a tempo te livrar...
Então tento em meio a toda essa lama,
em meio a todo este sangue,
resgatar um pouco de Fé e Poesia,
e clamar a Deus, para nos guardar
e que possamos eu, tu , eles, nós
– que aqui ficamos – 
devagarzinho nos consolar
e nos fortificar,
para que possamos recomeçar 
e nunca parar de lutar!

Izabel Cristina Dutra. reescrito  em JF/MG em 2011.