Vim andando pela estrada,
Pela trilha e caminho,
Entre céus e terras do nosso mundo,
E entre terras e céus do nosso vizinho.
Ai... Meu quase amor...
Nosso céu muda de cores, de nuvens...
Ora se turva... Ora cintila...
Mas é sempre o ceuh, onde já voei...
Ai... Meu quase amor
Nossa terra muda de forças, de vidas...
Ora frágeis... Ora destemidas.
Mas é sempre a terrah! Onde já pousei...
Pisei, lutei, venci... Perdi!
Ai...Meu quase amor
E, entre esta terrah e este ceuh,
Muito amei e, fui amada!
Senti a dor de deixar...
E também de ser deixada!
Ai ... Meu quase amor...
Vim andando pela estrada,
Pela trilha e caminho,
Combatendo o bom combate,
Vivendo arte e comendo sonho...
Ai... Meu quase amor...
Vim recolhendo presentes pra ti....
Catando estrelas , flores e bichinhos...
Beijando os passarinhos,
Salvando restos de ninhos...
Ai... Meu quase amor...
Agora estou parada,
entre minha vida e a sua,
Dançando tango com o sol...
Cantando samba pra lua!
Agora estou parada,
Entre sua vida e a minha,
Sentindo a dor da espera...
Ai... Meu quase amor...
Naquilo que ainda não era,
Naquilo que pode ser...
Sinto a dor da espera
De dar um primeiro beijo,
Bem antes do amanhecer!...
Quem sabe...
Bem antes do entardecer?!...
III
Ai... Meu quase amor...
Veio
a noite e uma linda lua
nova
Logo estendeu seu arco prata...
Estrelas então ensaiaram, com graça
Sua infinita dança cintilante...
Ai... Meu quase amor...
Mas o
céu... Sempre o ceuh...
O céu
se vestiu de nuvens cinza-lilases...
E mesmo
o dourado delas se verteu em prantos...
E
parecia que o dia seguinte seria de chuva...
Mas, então... Meu quase amor...
Me veio este estranho dia...
E o céu
se encheu de energética alegria...
Se cobriu de um cinza-brilhante...
E
depois se cintilou em azul-safira
De
manchas brancas almejantes...
E se
tingiu de anil chamejante...
De
amores vespertinos instigantes...
Aí.... Meu quase amor...
O sol resistiu e restaurou o dia,
Insistindo
na sua quase primavera...
Quando
vier a próxima primeira estrela,
A flor
do dia vai morrer de inveja...
Do que
se fará entre eu e você...
Sem
demarcação do tempo...
Apenas...
Você e eu...
Na
eternidade que se prometeu!
IV
Então...Meu
quase amor
Tu roubastes meia parte de mim
Quando, por inteiro me olhastes...
Aí... Hoje acordei só pela metade,
E...Porque ainda não estás aqui,
Sem ti, já não poderei ser toda...
De novo... Meu quase amor...
O dia veio e o céu...
Sempre o ceuh...
Estava cinza-brilhante..
Anunciando um sol que virá
Mas com certeza também pela metade...
E assim ... Meu quase amor...
Foi por sua causa, na verdade,
Nestas terras, de norte a sul
Que
se fez todos esses dias
Tão alucinadamente azul....
V
Aí...
Meu quase amor...
O dia ,
a tarde veio e a noite vieram e passaram....
Passarinhos,
flores e corpos celestes e/ou
Ventos
, nuvens também vieram e passaram....
E o que
era um dia de sol e/ou
Se fez noite
estrelada e enluarada,
Tudo passou
e se transformou
em possível chuva ou tempestade....
Mas do
que adianta tudo mudar...
Que adianta tudo passar...
Se não
passam e nem mudam
O que é pra mudar... Ou ficar...
Este
quase amor e esta quase saudade!
Ai...
Meu quase amor...
Passei essas noites e dias inteiros,
Numa azáfama
louca:
Ora te
agarrando muito, feito ébria ou criança
Ora
morrendo a cada instante,
De uma paixão envelhecida...
Ora te
arrancando a ferros da minha lembrança.
Ai... Meu quase amor...
Já que
nem bem fostes, já terias sido
O meu grande amor nem nascido
E já quase morrido...
VII
Ai...
Meu quase amor
Quando
o telefone tocou e a sua voz soou...
Não era
voz de convite... E nem era voz de adeus...
Era a
voz de quem ainda nem me tem...
Me perde nos sonhos de outro alguém...
Mas me prendendo, em parte dos sonhos teus...
Ai... Meu quase amor...
Era a
voz de não sabe e nem quer viver sem mim,
De quem nem sabe se ficará Ou se deixará, enfim...
Ai...
Meu quase amor
Rolei e morri na cama, na madrugada toda...
E
quando amanheceu, o sol era de brinquedo
E eu me
esganicei com o passaredo...
Gritei canções
de amor em desatino,
E
murmurei, lindas cantigas de medo...
Ai...
Meu quase amor...
Entre minha vida e a sua, eu estava parada ...
Agora, a primavera ainda nem chegou
E nem poderá ser aquela, com febre, aguardada...
Agora, embora resista e não queira
Vou ter que voltar à minha marcha forçada...
Ai ... Quase amor...
Vou com você, ainda que em pedaços...
Pelas
estradas, pelos caminhos...
Pelas galáxias,e trilhas...
Vou vagar a sós, entre as multidões cansadas...
Vou dançar tango com sol
E cantar samba com a
lua...
Vou
abraçar velhinhas e beijar as crianças...
Vou te
arrancar a ferros da minha lembrança...
Ai...
Meu quase amor...
A
tarefa de esquecer é minha, não sua...
Por
isso indaguei ao meu Senhor...
Que
faço com este amor?
E Ele
me enviou o Anjo da Consolação,
Que
recolheu toda ternura e paixão,
Num
saquinho destes simples de presente,
Pra até que
um dia, uma estrela errante...
Me
traga uma outra esperança...
Ai... Meu quase amor...
Ainda nem bem te sonhei e, te amei,
Já quase te perdi e, te esqueci...
E, nos meus sonhos vãos,
Você talvez já seja só mais um poema,
Do
corpo, da alma e do coração...
Um canto doce de recordação....
Izabel Cristina Dutra, escrito e reescrito em JF/MG, entre os dias 29/08 e 30/09/2013.