Eu morava no Rio quando começei a escrever este poema, que continuei quando minha filha nasceu e terminei na semana do falecimento de minha mãe:
À Minha Mãe ( in memorian)
Mãe,quando te segurei firme
pelos braços brancos daquela mulher do povo,
me olhastes assustada... tonta...
O carro passou bem rente!
Quando te toquei, suave
nos cabelos crespos daquela mulher do povo,
me olhastes estremunhada... tonta...
A vida passou bem rente!
Mãe,quando a gente já ia retomando
o nosso caminho árduo:
tu tinhas os braços crespos,
ela tinha os cabelos brancos,
eu tinha levado um susto...
E éramos as três, aquela Mãe do povo
não nos dizendo nada...tontas...
Mãe... o nosso olhar moreno
era um discurso, era um poema...
e no curso dos dias, a estrofe final
sempre me alcança:
Até breve, companheira
Até o dia em que nós,
Mães dos filhos da tez brasileira
Outra vez, nos banharemos
e beberemos bem fagueiras,
águas limpas e santas
estaremos todas sóbrias,
aMando... aMadas... caalMas!...
Izabel Cristina Dutra, RJ/JF 1991 a 2007.
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